domingo, 22 de agosto de 2010

Cingapura 2010: Caio Cézar conquista primeira medalha do Brasil







Caio Cézar conquista primeira medalha do Brasil na História dos Jogos Olímpicos da Juventude dois anos depois do ouro de Maurren Maggi em Pequim





CINGAPURA [ ABN NEWS ] - Mais um capítulo da História olímpica brasileira foi escrito na manhã deste domingo, dia 22 (noite de sábado no Brasil), no Bishan Stadium, em Cingapura. Ao saltar 7m69, o paulista Caio Cézar conquistou a primeira medalha do país nos Jogos Olímpicos da Juventude, evento que reúne a nata do esporte mundial na faixa etária de 14 a 18 anos. A medalha de ouro de Caio mantém a tradição do país nas provas de saltos no atletismo. O feito de Caio tem ainda uma coincidência agradável. Há exatos dois anos, Maurren Maggi, uma das madrinhas esportivas de Caio, subia ao degrau mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.



A conquista do ouro foi emocionante. Diante de um calor de aproximadamente 40 graus, Caio liderava a disputa até o terceiro salto, com 7m58. Foi quando, em sua última tentativa, o japonês Sho Matsubara conseguiu alcançar 7m65. O quarto e último salto do brasileiro foi milimetricamente impecável: 7m67, dois centímetros à frente do japonês. Não havia mais como segurar a emoção. Caio procurou sua treinadora, Tânia Moura, e depois correu com a bandeira brasileira pelo estádio. No pódio, recebeu a medalha das mãos do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman e do presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo. "Não tenho nem palavras para descrever esse momento. Ouvir o hino brasileiro no pódio é muita emoção. Passa muita coisa na minha cabeça agora e acho que essa medalha vai mudar completamente a minha vida. Entrei na prova confiante, mas não esperava que o japonês pudesse saltar 7m65. Não fiquei pensando muito. No ultimo salto fui para o tudo ou nada. Sabia que poderia ganhar o ouro, pelo meu potencial, meu esforço e consegui. Espero estar nos próximos Jogos Olímpicos, em 2012, se eu me superar, e com certeza em 2016", comemorou, que fez questão de agradecer e dedicar o resultado à seus treinadores.



Nascido em Barretos (SP), Caio é mais um talento gerado pelo casal Nélio e Tânia Moura, que entre outros, levou Maurren Maggi e o panamenho Irving Saladino ao ouro olímpico em Pequim. O atleta é também mais uma revelação das Olimpíadas Escolares, evento anual organizado pelo COB e que tem 36 dos 81 atletas do Time Brasil frutos da competição. Caio participou da edição de 2009 em Maringá (PR). "Tenho muito orgulho dos meus técnicos. Não são qualquer um. São os melhores do mundo. A força que eles têm me dado, o carinho, a felicidade de treinar. Outro ensinamento que recebo é de sempre ficar concentrado", afirmou Caio. Após a vitória, o medalhista olímpico da juventude conversou por telefone com Maurren, uma de suas maiores apoiadoras, e Nélio Moura. Sua esposa, Tânia, que acompanha Caio em Cingapura diz que sempre acreditou na conquista deste resultado. Caio faz parte do Programa Jovens Talentos, do Centro Olímpico do Ibirapuera, em SP, onde chegou aos 14 anos e conheceu Nélio e Tânia. Ele era, na época, o mais novo do grupo. Sua velocidade logo chamou atenção dos dois, que passaram a investir na evolução do atleta. "O Brasil se vê feliz na medalha do Caio, pois ele está representando um país inteiro. Ele é como os jovens brasileiros, de origem humilde, batalhador, que teve oportunidade de trabalhar com excelentes técnicos. É uma história brilhante e o fruto de um programa específico que fizemos em conjunto com o COB e CBAt e hoje temos o resultado", destacou o treinador-chefe da equipe, José Haroldo Loureiro Gomes Arataca.



O segundo dia de finais do atletismo dos Jogos Olímpicos da Juventude teve mais uma conquista pessoal para um integrante do Time Brasil. Joseílton Cunha, que há um ano não praticava atletismo estava envolvido com drogas e álcool, deu a volta por cima e tornou-se o quinto melhor atleta juvenil do mundo nos 1000m. O mato-grossense, que entrou na final com o pior tempo entre os competidores, alcançou na final a melhor marca de sua carreira. "Muito bom o resultado. Eu estava até um pouco desacreditado de que conseguiria este resultado, devido ao desgaste da prova. Agradeço ao trabalho dos meus treinadores por tudo que fazem por mim e por ter conseguido essa evolução na final. Tenho apenas um ano de treinamento. Ser o quinto do mundo com tão pouco tempo é muito raro. Sinceramente, minha ficha ainda não caiu", revelou Joseílton, natural de Barra das Graças (MT), onde treina até hoje.

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